Família – crianças e jovens. Conviver com eles é essencial.

Família - crianças e jovens.

Família – crianças e jovens. Conviver com eles é essencial.

“Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos.” (O Pequeno Príncipe).

Em se tratando de espíritos convivendo uma realidade familiar existencial, Santo Agostinho nos lembra: “Ó, espíritas! Compreendei agora o grande papel da Humanidade; compreendei que, quando produzis um corpo, a alma que nele encarna vem do espaço para progredir; (…) tal a missão que vos está confiada e cuja recompensa recebereis, se fielmente a cumprirdes.” (O Evangelho Segundo o Espiritismo).

Após a assertiva acima, precisamos nos mobilizar e atuar nesta missão, conforme nos sugere Agostinho.

Integrar e integrar-se ao lar doméstico, é tarefa, nem sempre das mais fáceis, pois estamos reunidos em um grupo de espíritos normalmente com desafios a superar, buscando por meio desta oportunidade de aprendizado, o caminho à evolução.

O processo educativo na família, normalmente se dá pelas relações interpessoais entre seus membros e neste artigo, vamos ressaltar a convivência com as crianças e os jovens pertencentes a este núcleo, utilizando como ferramenta de interação a brincadeira.

Por que brincar em família?

Alguém já se fez esta pergunta?

Carlos Drumond de Andradde nos diz: “Brincar com crianças não é perder tempo, é ganha-lo; se é triste ver meninos sem escola, mais triste ainda é vê-los sentados enfileirados em salas sem ar, com exercícios estéreis, sem valor para a formação do homem.”

As brincadeiras experimentadas pelas crianças e jovens, percebidas pelos pais, são uma representação da evolução do desenvolvimento cognitivo (relativo ao conhecimento) e, muitas vezes, nos mostram o perfil, a personalidade, os sentimentos e emoções daquele ser brincante.

“O tempo que a criança tem à disposição para brincar deve ser considerado, ou seja, é importante dar tempo suficiente para que as brincadeiras surjam, se desenvolvam e se encerrem.” (Schmidt, 1964, p.81)

Será que temos tido este “tempo” para vivermos com eles, crianças e jovens educando-as?

Lembrando que o tempo passa rápido e sem que nos apercebamos, eles já estarão adultos e precisamos ter esse olhar cuidadoso e apurado para compreendê-los.

Tenho escutado muitas vezes a seguinte justificativa:

“Apesar do pouco tempo que disponho, utilizo-o com a melhor qualidade.”

Será que é o bastante?

Joanna nos diz que, “Educar é oferecer exemplos, desde que o educando copia com mais facilidade as lições vivas que lhe são apresentadas, antes que as teorias com que é informado.

Nesse sentido, é de essencial relevância a lição dos exemplos, a par da assistência constante de que necessitam os caracteres em formação, argila plástica que deve ser bem modelada.”

Considerando que somos educadores por excelência e utilizando-se da figura de um continente, SALTINI nos fala que o educador serve de continente para a criança.

Poderíamos dizer, portanto, que o continente é o espaço onde podemos depositar nossas pequenas construções e onde elas tomam um sentido, um peso e um respeito, enfim, onde elas são acolhidas e valorizadas, tal qual um útero acolhe um embrião.

Onde está este acolhimento, o estar presente na vida deles, ser referência, exemplo?

Nos dias de hoje, temos deixado aos celulares, tabletes, televisão e internet a incumbência da criação destes.

Precisamos entender: “A melhor escola ainda é o lar, onde a criatura deve receber as bases do sentimento e do caráter”. (Emmanuel)

E a troca de olhares, a criatividade ao inventar uma brincadeira, um jogo, a transformação de coisas como “lixo” em brinquedos educativos? Onde está o lúdico, aqui definido pelo prazer com qualidade?

Galeano nos diz: “Muita magia e muita sorte têm as crianças que conseguem ser crianças”.

Podemos estender esta afirmação, também aos jovens, que, por indiferença de muitos pais, e sem o sentimento de pertencimento na família, vão a busca de amigos, nem sempre confiáveis, para o seu projeto de vida futura.

Em lugar de perguntarmos que mundo queremos para as futuras gerações, vamos refletir sobre, que geração deixaremos para o futuro do nosso planeta?

O Livro dos Espíritos traz a questão 775:

Qual seria, para a sociedade, o resultado do relaxamento dos laços de família? E os espíritos no respondem: “Uma recrudescência do egoísmo.”

Precisamos eliminar da sociedade uma das piores chagas, o egoísmo, e assim criarmos um mundo melhor.

Vejamos o que nos diz Joanna de Ângelis, no livro Constelação Familiar:

O destino da sociedade está indissoluvelmente ligado ao destino da família, pois esta constitui a base, o alicerce onde se inicia a experiência da fraternidade universal.

Fiquemos atentos ao nossas crianças e jovens, ele nos mostram hoje o que serão amanhã, a cara do futuro da humanidade.

Por Marco Oliveira

Referências:

ANDRADE, Carlos Drummond de. Marinheiro. In: A senha do mundo. Rio de Janeiro:

Record, 1997.

EXUPERY, Antoine de Saint, O Pequeno Príncipe.

FRANCO, Divaldo P., Constelação Familiar pelo espírito Joanna de Ângelis.

GALEANO, Eduardo, Os alunos, De Pernas pro ar – A escola do mundo ao avesso.

KARDEC, Allan, O Evangelho Segundo o Espiritismo.

KARDEC, Allan, O Livro dos Espíritos.

SALTINI, C. J. P. Afetividade e inteligência. Rio de Janeiro: DPA, 1997.

SCHMIIDT, Maria Junqueira. Educar pela recreação. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura,

1964

XAVIER, Francisco C., O Consolador, pelo espírito Emmanuel.

Leia também: Jesus e o Evangelho Segundo Espiritismo

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